Por que missões?
Quando falamos em missões nos referimos à proclamação do evangelho em todo mundo, o que é geralmente chamado de Grande Comissão. Esta Grande Comissão consiste nas últimas instruções de Jesus a seus discípulos e que se encontra registrado nos quatro Evangelhos (Mt 28.18-20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22), bem como no livro de Atos dos Apóstolos (1.8). Através da Grande Comissão, o Senhor Jesus revela sua vontade - de que todas as pessoas, em todas as épocas - ouçam o evangelho, e assim as famílias da terra seriam benditas (Gn 12.3). A clareza destes textos deixa evidente que na mente de cada cristão obediente a Jesus, deve haver um profundo sentimento de paixão pelas almas. A evangelização do mundo é a vontade e o plano inquestionáveis do Senhor. Uma simples leitura, mesmo superficial, do Novo Testamento, é capaz de nos fazer observar esse fato.
Jesus, durante o seu ministério terreno, sempre se preocupou com a situação espiritual das pessoas. O seu olhar era diferente. Ele não via as pessoas pela sua posição social ou financeira, mas via o seu estado espiritual, ele as via como ovelhas sem pastor (Mt 9.35-38). Em outra passagem ele diz que as ovelhas ouvem a sua voz e o seguem, mas mesmo assim não se dá por satisfeito, pois reconhecia que haviam outras ovelhas, a quem ele também deveria agregar (Jo 10.16). E hoje, já passados quase dois mil anos destas celebres palavras, elas ainda ecoam em nossos ouvidos. Jesus ainda está a nos dizer que ainda existem outras ovelhas que ele deseja agregar ao seu rebanho. São milhões de muçulmanos, hinduístas, budistas e outros. "Mas como ouvirão se não há quem pregue?" (Rm 10.14,15). Cabe aos seguidores de Cristo fazê-lo conhecido em todo mundo, e assim muitas outras ovelhas serão agregadas ao rebanho (Igreja) do Senhor.
Para que essa tarefa fosse fielmente cumprida, em suas últimas instruções aos seus discípulos, antes de sua ascensão, Jesus deu a sua igreja representada ali uma ordem. Não foi uma simples opinião ou um mero palpite de Jesus. Ele não disse para a Igreja anunciar o evangelho a todos os povos quando achassem conveniente... ou para ver se compensava ou não... ou quando alguém estivesse à toa... Nada disso! As palavras de Jesus Cristo proferiram uma ordem imperativa clara e expressa para a Igreja, a de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). Não era uma ordem para evangelizar toda a cidade e só depois pensar em terras distantes. Não! Seus discípulos deveriam proclamar o evangelho a toda criatura e em todo o mundo (Mc 16.15). E esta ordem não foi somente para aquela época, mas ainda faz parte da missão imperativa da igreja hodierna. A missão da igreja baseia-se na missão de Deus de reconciliar a humanidade consigo mesmo, através do Evangelho. Somos, portanto, enviados a evangelizar o mundo e tornar o Evangelho disponível a toda criatura. A evangelização é a apresentação inteligível, atrativa, significativa, propositada e persuasiva do Evangelho. A ênfase no Novo Testamento é a proclamação verbal do Evangelho. Mais de 140 vezes o Novo Testamento usa palavras tais como diagello, “anunciar”; kataggello, “contar totalmente”; evangelizo, “espalhar boas novas”; ladeo, “conversar” ou “falar”; e kerusso, “anunciar” ou “proclamar”.
Por isso, ou fazemos missões mundiais ou, diante de Deus, estaremos sendo desobedientes, negligentes e omissos. Poderemos construir suntuosos templos. Poderemos fundar majestosos conjuntos musicais. E se podemos e temos condições de fazer isso, louvado seja Deus. Mas naquele grande dia, Deus não fará um concurso do templo mais bonito ou do conjunto mais esplendoroso. Ele sim requererá de nossas mãos o nosso empenho no sentido de tornar o mundo evangelizado. Obviamente que sozinhos não poderemos evangelizar o planeta inteiro. Mas podemos e devemos fazer a nossa parte nessa tarefa. E se cada um fizer a sua parte, o mundo evangelizado será um alvo realizável ainda nessa geração.
Que o sentimento de paixão pelas almas inunde nossos corações e nos leve a um profundo compromisso com a obra missionária.
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